Ao atualizar minha foto do perfil no Facebook, não consigo evitar rir da minha própria hesitação. “Envelheci”, penso, comparando as novas linhas do meu rosto com aquela imagem estática. Essa foto, ah, é mais do que pixels em uma tela; é um portal para um tempo em que eu ainda tinha cabelo.
Diariamente, os lembretes não tão sutis do Facebook sugerem que, talvez, só talvez, seja hora de atualizar minha foto. E eu me pergunto: minha relutância em alterar a foto, seria nostalgia ou simples preguiça?
Entre uma xícara de café e outra, reflito sobre as várias versões de mim que envelhecem diariamente, refletidas não só nas fotos, mas também nas pequenas conquistas que me rejuvenescem. Cada novo aprendizado, cada risada compartilhada, e cada novo fio de cabelo grisalho (na barba, é claro) contam histórias de crescimento e uma estranha permanência juvenil.
Hoje, enquanto observo a luminosidade da tela, uma reflexão me atinge com a leveza que o mundo digital nos traz: minha indecisão sobre uma simples foto de perfil tornou-se uma reflexão do dia. Afinal, não é só sobre a imagem; é sobre o que ela representa. Como alguém disse, talvez em um filme que eu meio que assisti enquanto mexia no celular, “não se trata de envelhecer, mas de viver”.
Armado com uma dose saudável de autoironia e uma nova apreciação pela passagem do tempo, decido que talvez seja a hora de renovar a foto. Ou não. Afinal, cada momento de hesitação é, paradoxalmente, um momento de clara autodefinição.
E quem diria, essa pequena indecisão sobre atualizar uma foto desencadeou toda essa reflexão. Imagine só, se eu levasse essa capacidade de procrastinação para coisas mais importantes.